sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

De olho no MUNDO - Ar para todos os artistas!






Caminhando entre os blogs, encontrei esse depoimento sobre o Evento Oxigênio que aconteceu em São Paulo.
Como gostaria de ter estado lá!
de qualquer forma segue uma participação muito especial que bloguei aqui!

Núcleo no Oxigenio:

O Nucleo do Dirceu no Oxigenio organizado pela Projecta em parceria com o Desaba de Sao Paulo. O Oxigenio é uma serie de 6 encontros, onde relatos, proposicoes, questoes e diagnosticos sao trazidos para compartilhamento de um grupo de pessoas, coreografos, jovens e experientes interpretes, produtores, teoricos, professores, gestores, fotografos e pesquisadores em danca.

Fui convidado para (de alguma forma) apresentar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Nucleo do Dirceu em Teresina, numa edicao focada em producoes acontecendo fora do eixo, dos centros de producao do pais. Esse encontro sendo o ultimo da serie, alem de propor a minha fala e a de Gal Martins do Projeto de danca da periferia Capao Redondo de Sao Paulo, propunha uma palavra-final-diagnostico do consultor no planejamento e gestao de acoes culturais Andre Fonseca e da critica do Estadao Helena Katz.

O Nucleo tem muita estoria pra contar desses 4 ultimos anos de feitos e reviravoltas, atuando aos trancos e barrancos num formato adaptavel aas situações geradas pelo proprio trabalho dentro de um contexto especifico. Nao e’ dificil fazer esse historico de estrategias e acontecimentos e tentar explicar a forma de organizacao e funcionamento (e as precariedades nessas formas) em 20 minutos. E eu tenho que confessar que me surpreendo com a quantidade de coisas, e nao necessariamente as colocadas na otica do “realizadas” , nao apenas a lista de exitos, mas a profusao de acontecimentos que derivam de um fazer artistico e que afetam o comum coletivo, a sociedade, o cotidiano das pessoas, os conceitos, as eticas e as tantas esteticas que nos rodeiam e que sao a formatacao de nossos mundos pessoais.

Andre Fonseca nos indaga incisivo ao final de sua fala: O que voces estao fazendo em Danca? E para quem estao fazendo? A pergunta fica no ar como a que nao quer calar. Helena Katz recebe a fala e nos aponta o perigo de mais dinheiro atraves de editais e menos responsabilidade total com o que estamos fazendo. Fala de desvincular nossos discursos do simplesmente querer, pedir, exigir para uma compreensao maior do que fazemos e queremos, para reforcar nossa potencia dentro do sistema politico-social atual.

A metafora de uma barraca de feira foi trazida para se discutir outras formas de sustentabilidade. Uma barraca de feira dentro dos dispositivos do poder, para atuar diretamente onde tem voz. Thelma Bonavita se colocou como achando “cafona” depender do poder publico para se pensar em continuar existindo, dizendo que o poder publico financia mas manda junto criterios que determinam a producao, que a institucionalizam de alguma forma.

Fica clarissimo a necessidade e a importancia desses encontros, e o Desaba acerta contundentemente em propor esse ar para nossos pulmoes, essa dose de energia gratuita e compartilhavel por todos, de uma maneira que chega a produzir a materia mesmo de nossas dancas, o destilar de uma subjetividade afetavel, que afeta, que se deixa ser afetada. O encontro acaba em longas palmas que ressoam com uma vibracao de excitacao latente, uma vontade de fazer algo acontecer, de encarar as possibilidades, na compreensao de que estamos juntos, de que somos muitos e definitivamente precisamos agir.
Marcelo Evelin > Fotos > Renato Paschoaleto


Fonte:http://www.nucleododirceu.com/

domingo, 20 de dezembro de 2009

OBSERVANDO E SENDO OBSERVADA






AINDA COMO OBSERVADOR NA EXPERIÊNCIA APRESENTO ESSA PERFORMANCE QUE TIVE O PRAZER DE ASSISTIR E...............OBSERVAR, REFLETIR E ME EMOCIONAR.....


"Corpo é imagem em fluxo no tempo.
Todavia, o corpo não é apenas imagem em movimento. (...) corpo e imagem não se descolam".

Adriana Machado



Bori performance-art: oferenda à cabeça

O trabalho é compreendido como um ritual poeticamente inspirado na prática de ofertar comidas para a cabeça em cerimônias religiosas de matriz afro-brasileira. Bori: da fusão bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, literalmente traduzido significa “Oferenda à Cabeça”. A ação consiste em oferecer comidas sacrificais a cabeça de doze performance, sendo estes representações vocativas e iconográficas dos doze principais orixás do candomblé. Dar comida para a cabeça é nutrir a nossa alma. Alimentar a cabeça com comidas para os deuses é evocar proteção. Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranqüilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade.
Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido suas próprias potencialidades. Odu é o caminho pelo qual se chega à plena realização de orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas do outro. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá deve ser grande em seu próprio caminho, pois, embora se escolha o ori antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.



AYRSON HERÁCLITO
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor do quadro permanente do Centro de Artes, Humanidades e Letras na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Artista Visual , pesquisador e curador

sábado, 21 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

Entre SEU/MEU/NOSSO lugar























Algumas questões me fizeram refletir após a participação na demonstração de ...entrelugares... de Rodrigo Maia(Ex-Lia Rodrigues e ex-Dani Lima)dia 30/10 desse ano na UNIRIO no Rio de Janeiro, na escola de Teatro, Sala 604 (Centro de Letras e Artes – Av. Pasteur, 436, Fundos – Urca).
"Sendo o processo um fenômeno que descreve a ocorrência simultânea e continua de muitas relações de diferentes naturezas e escalas de tempo, salvo em condições modelares, não há como identificar seu começo ou seu fim-visto que não descrevem trajetórias de um ponto para o outro - ou sequer, distinguir precisamente quais os termos envolvidos". (BRITTO, 2008, p.13).
Inicialmente tomando parte como videomaker coloquei meu corpo nessa ação/criação como alguém que gostaria de ver sob outra perspectiva ou como oferecedora de outra perspectiva.Quando ele(Rodrigo) me diz: O que me importa é realmente sua visão!Na verdade trata-se de uma colocação/pensamento que quando nos propomos a filmar o que realmente importa é a nossa visão tendenciosa.Naquele momento com a máquina na mão pensando enquanto processo é muito motivador, senti um certo aperto no coração em alguns momentos ao perceber (não sou videomaker)que não podia captar tudo que queria e nem podia, mesmo que estivesse sem a máquina não poderia.Estar ali com o público compartilhando de forma diferenciada tinha um caráter muito especial, um exercício de sensibilidade, como também participar de uma idéia e intuitivamente captar momentos com os quais eu levaria para sempre para mim, muito instigante!
Uma coisa me afetou bastante, a imagem dele ali, sozinho, com um colar de pregos,semi-nú,chupetas coloridas no chão e água.Parece muito interessante também a cena do pano na frente do sexo, lembrando uma fralda, ou um feto sendo abortado, não sei..........Imagens que se localizam como desmembramentos das ações, significados e como colaboradoras de uma sensação de isolamento que a performance me ressoou.Tudo muito significativo.
“Ao entender que corpos são imagens em composição, e que suas configurações são acontecimentos que se transformam e se organizam constantemente, inclusive na forma de gírias do corpo e do ambiente se apresentam como texto em acordo com o contexto”(MACHADO, 2007, p.12)
Diante dessa imagem, pude sentir naquele momento uma certa tensão/ação do público com o colar de pregos, na cena da movimentação pélvica e o som como possíveis proposições para algo que estava sendo exposto(no final do debate um espectador fez um comentário do prego).Eu na minha tensão em capturar os melhores ângulos não perdia um momento sequer do processo composicional de Rodrigo, já imbricado nas “minhas” novas imagens."O processamento sensorial associa sensação à emoção"(Katz,2005, p.57).
A dança de Rodrigo é improvisada, parece estar situada em conexão com a teoria corpomídia(Katz e Greiner, 2005). Seu corpo em fluxo transitório e contínuo, dialoga no espaço-tempo real com as informações e trocas geradas pelos olhares,corpos, objetos e ruídos na sala.Me coloco como observadora e já diretamente implicada na performance apresentada, construindo uma relação de tessitura de possibilidades imagéticas para quem nos assite e para quem capta as cenas.
Para refletir sobre esse ato observador recorro à citação de Maturana(2001,p.27), “Quem é o observador?...(..)Por isso, eu digo, o ser humano é observador na experiência, ou no suceder do viver na linguagem”.Enfim, observadores diferentes , entendimentos diferentes que compõe essa ação performática.Um percurso que compõe um sentido transitório de informações em cada olhar presente na demonstração.

Assim, refletindo sobre a observação que Rodrigo me colocou: Saibam que ele me fez pensar um bocado sobre o quanto nos importamos com o registro das coisas................!Depois da demonstração fiquei um pouco ansiosa para conversar como Rodrigo.Recebi seu e-mail super lindo e falei do que percebi e estou esperando resposta.Em alguns momentos suas questões me fazem lembrar de uma frase de Prigogine(1996, p.65): “Estrutura e função são inseparáveis”. Assim, nós artistas atuantes e pessoas/ registro, não somente a filmadora/máquina mas....... pessoas, afetos.
...entrelugares... me fez pensar em questões como corpo que co-atua, relação espectador e obra, registro e não registro, atenção e intenção, participação/co-adequação, preparação/ação.
Estratégias de elaboração como informações que se constituem como coreografias em que corpo e ambiente se ajustam para se tornar presentes.Nessa caso o corpo se encontra em estado de trânsito como mediador de informações, um corpomente assim mesmo, junto e estrategicamente conectado.


*PS: Importante ressaltar, a filmadora estava sem mídia, fiz o processo participativo/videográfico com a emoção de quem estava captando as melhores imagens, no final ele me confirmou que esqueceu de trazer/comprar.Não me decepcionei, fiquei pensando somente nas belas imagens que registrei e que se eternizarão na minha mente, somente sob minha perspectiva..............

Referências Bibliográficas:

BRITTO, Fabiana Dultra. Paisagens do corpo. In: Corpo e ambiente. Co-determinações em processo. Cadernos PPGAU/FAUFBA, Salvador: EDUFBA, v. 1, 2008.
KATZ, Helena. Um, Dois, Três. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: FID, 2005.
KATZ, Helena; Greiner, Christine. Por uma teoria do corpomídia. In: ______. O corpo: pistas para estudos interdisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005.
MACHADO, Adriana B. O Papel das imagens nos processos de comunicação: ações do corpo, ações no corpo. 2007. Tese (Doutorado) – PUC, São Paulo.
MATURANA R.,Humberto.Cognição, ciência e vida cotidiana.Belo Horizonte:Ed. UFMG, 2001
PRIGOGINE, Ilya.O fim das certezas.Tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.


Autora do Texto:
Iara Cerqueira
Mestranda em Dança,Diretora e Coreógrafa do HIS contemporâneo,Bailarina do Grupo X de Improvisação,Professora do Projeto corpoacorpo/somar e Instrutora de Pilates.

domingo, 25 de outubro de 2009

Corpografando poesias.Estudo 1






Mar a vista

Pela primeira vez

Eu descobri

Você

Quando te vi

Me perdi

Não se vista

Foi um mar a vista

Foi a primeira

Foi amar a primeira vista


Edú Ó.
É dançarino, artista plástico e arteterapeuta