quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

De olho no MUNDO - Ar para todos os artistas!






Caminhando entre os blogs, encontrei esse depoimento sobre o Evento Oxigênio que aconteceu em São Paulo.
Como gostaria de ter estado lá!
de qualquer forma segue uma participação muito especial que bloguei aqui!

Núcleo no Oxigenio:

O Nucleo do Dirceu no Oxigenio organizado pela Projecta em parceria com o Desaba de Sao Paulo. O Oxigenio é uma serie de 6 encontros, onde relatos, proposicoes, questoes e diagnosticos sao trazidos para compartilhamento de um grupo de pessoas, coreografos, jovens e experientes interpretes, produtores, teoricos, professores, gestores, fotografos e pesquisadores em danca.

Fui convidado para (de alguma forma) apresentar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Nucleo do Dirceu em Teresina, numa edicao focada em producoes acontecendo fora do eixo, dos centros de producao do pais. Esse encontro sendo o ultimo da serie, alem de propor a minha fala e a de Gal Martins do Projeto de danca da periferia Capao Redondo de Sao Paulo, propunha uma palavra-final-diagnostico do consultor no planejamento e gestao de acoes culturais Andre Fonseca e da critica do Estadao Helena Katz.

O Nucleo tem muita estoria pra contar desses 4 ultimos anos de feitos e reviravoltas, atuando aos trancos e barrancos num formato adaptavel aas situações geradas pelo proprio trabalho dentro de um contexto especifico. Nao e’ dificil fazer esse historico de estrategias e acontecimentos e tentar explicar a forma de organizacao e funcionamento (e as precariedades nessas formas) em 20 minutos. E eu tenho que confessar que me surpreendo com a quantidade de coisas, e nao necessariamente as colocadas na otica do “realizadas” , nao apenas a lista de exitos, mas a profusao de acontecimentos que derivam de um fazer artistico e que afetam o comum coletivo, a sociedade, o cotidiano das pessoas, os conceitos, as eticas e as tantas esteticas que nos rodeiam e que sao a formatacao de nossos mundos pessoais.

Andre Fonseca nos indaga incisivo ao final de sua fala: O que voces estao fazendo em Danca? E para quem estao fazendo? A pergunta fica no ar como a que nao quer calar. Helena Katz recebe a fala e nos aponta o perigo de mais dinheiro atraves de editais e menos responsabilidade total com o que estamos fazendo. Fala de desvincular nossos discursos do simplesmente querer, pedir, exigir para uma compreensao maior do que fazemos e queremos, para reforcar nossa potencia dentro do sistema politico-social atual.

A metafora de uma barraca de feira foi trazida para se discutir outras formas de sustentabilidade. Uma barraca de feira dentro dos dispositivos do poder, para atuar diretamente onde tem voz. Thelma Bonavita se colocou como achando “cafona” depender do poder publico para se pensar em continuar existindo, dizendo que o poder publico financia mas manda junto criterios que determinam a producao, que a institucionalizam de alguma forma.

Fica clarissimo a necessidade e a importancia desses encontros, e o Desaba acerta contundentemente em propor esse ar para nossos pulmoes, essa dose de energia gratuita e compartilhavel por todos, de uma maneira que chega a produzir a materia mesmo de nossas dancas, o destilar de uma subjetividade afetavel, que afeta, que se deixa ser afetada. O encontro acaba em longas palmas que ressoam com uma vibracao de excitacao latente, uma vontade de fazer algo acontecer, de encarar as possibilidades, na compreensao de que estamos juntos, de que somos muitos e definitivamente precisamos agir.
Marcelo Evelin > Fotos > Renato Paschoaleto


Fonte:http://www.nucleododirceu.com/

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