domingo, 20 de dezembro de 2009

OBSERVANDO E SENDO OBSERVADA






AINDA COMO OBSERVADOR NA EXPERIÊNCIA APRESENTO ESSA PERFORMANCE QUE TIVE O PRAZER DE ASSISTIR E...............OBSERVAR, REFLETIR E ME EMOCIONAR.....


"Corpo é imagem em fluxo no tempo.
Todavia, o corpo não é apenas imagem em movimento. (...) corpo e imagem não se descolam".

Adriana Machado



Bori performance-art: oferenda à cabeça

O trabalho é compreendido como um ritual poeticamente inspirado na prática de ofertar comidas para a cabeça em cerimônias religiosas de matriz afro-brasileira. Bori: da fusão bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, literalmente traduzido significa “Oferenda à Cabeça”. A ação consiste em oferecer comidas sacrificais a cabeça de doze performance, sendo estes representações vocativas e iconográficas dos doze principais orixás do candomblé. Dar comida para a cabeça é nutrir a nossa alma. Alimentar a cabeça com comidas para os deuses é evocar proteção. Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranqüilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade.
Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido suas próprias potencialidades. Odu é o caminho pelo qual se chega à plena realização de orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas do outro. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá deve ser grande em seu próprio caminho, pois, embora se escolha o ori antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.



AYRSON HERÁCLITO
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor do quadro permanente do Centro de Artes, Humanidades e Letras na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Artista Visual , pesquisador e curador

sábado, 21 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

Entre SEU/MEU/NOSSO lugar























Algumas questões me fizeram refletir após a participação na demonstração de ...entrelugares... de Rodrigo Maia(Ex-Lia Rodrigues e ex-Dani Lima)dia 30/10 desse ano na UNIRIO no Rio de Janeiro, na escola de Teatro, Sala 604 (Centro de Letras e Artes – Av. Pasteur, 436, Fundos – Urca).
"Sendo o processo um fenômeno que descreve a ocorrência simultânea e continua de muitas relações de diferentes naturezas e escalas de tempo, salvo em condições modelares, não há como identificar seu começo ou seu fim-visto que não descrevem trajetórias de um ponto para o outro - ou sequer, distinguir precisamente quais os termos envolvidos". (BRITTO, 2008, p.13).
Inicialmente tomando parte como videomaker coloquei meu corpo nessa ação/criação como alguém que gostaria de ver sob outra perspectiva ou como oferecedora de outra perspectiva.Quando ele(Rodrigo) me diz: O que me importa é realmente sua visão!Na verdade trata-se de uma colocação/pensamento que quando nos propomos a filmar o que realmente importa é a nossa visão tendenciosa.Naquele momento com a máquina na mão pensando enquanto processo é muito motivador, senti um certo aperto no coração em alguns momentos ao perceber (não sou videomaker)que não podia captar tudo que queria e nem podia, mesmo que estivesse sem a máquina não poderia.Estar ali com o público compartilhando de forma diferenciada tinha um caráter muito especial, um exercício de sensibilidade, como também participar de uma idéia e intuitivamente captar momentos com os quais eu levaria para sempre para mim, muito instigante!
Uma coisa me afetou bastante, a imagem dele ali, sozinho, com um colar de pregos,semi-nú,chupetas coloridas no chão e água.Parece muito interessante também a cena do pano na frente do sexo, lembrando uma fralda, ou um feto sendo abortado, não sei..........Imagens que se localizam como desmembramentos das ações, significados e como colaboradoras de uma sensação de isolamento que a performance me ressoou.Tudo muito significativo.
“Ao entender que corpos são imagens em composição, e que suas configurações são acontecimentos que se transformam e se organizam constantemente, inclusive na forma de gírias do corpo e do ambiente se apresentam como texto em acordo com o contexto”(MACHADO, 2007, p.12)
Diante dessa imagem, pude sentir naquele momento uma certa tensão/ação do público com o colar de pregos, na cena da movimentação pélvica e o som como possíveis proposições para algo que estava sendo exposto(no final do debate um espectador fez um comentário do prego).Eu na minha tensão em capturar os melhores ângulos não perdia um momento sequer do processo composicional de Rodrigo, já imbricado nas “minhas” novas imagens."O processamento sensorial associa sensação à emoção"(Katz,2005, p.57).
A dança de Rodrigo é improvisada, parece estar situada em conexão com a teoria corpomídia(Katz e Greiner, 2005). Seu corpo em fluxo transitório e contínuo, dialoga no espaço-tempo real com as informações e trocas geradas pelos olhares,corpos, objetos e ruídos na sala.Me coloco como observadora e já diretamente implicada na performance apresentada, construindo uma relação de tessitura de possibilidades imagéticas para quem nos assite e para quem capta as cenas.
Para refletir sobre esse ato observador recorro à citação de Maturana(2001,p.27), “Quem é o observador?...(..)Por isso, eu digo, o ser humano é observador na experiência, ou no suceder do viver na linguagem”.Enfim, observadores diferentes , entendimentos diferentes que compõe essa ação performática.Um percurso que compõe um sentido transitório de informações em cada olhar presente na demonstração.

Assim, refletindo sobre a observação que Rodrigo me colocou: Saibam que ele me fez pensar um bocado sobre o quanto nos importamos com o registro das coisas................!Depois da demonstração fiquei um pouco ansiosa para conversar como Rodrigo.Recebi seu e-mail super lindo e falei do que percebi e estou esperando resposta.Em alguns momentos suas questões me fazem lembrar de uma frase de Prigogine(1996, p.65): “Estrutura e função são inseparáveis”. Assim, nós artistas atuantes e pessoas/ registro, não somente a filmadora/máquina mas....... pessoas, afetos.
...entrelugares... me fez pensar em questões como corpo que co-atua, relação espectador e obra, registro e não registro, atenção e intenção, participação/co-adequação, preparação/ação.
Estratégias de elaboração como informações que se constituem como coreografias em que corpo e ambiente se ajustam para se tornar presentes.Nessa caso o corpo se encontra em estado de trânsito como mediador de informações, um corpomente assim mesmo, junto e estrategicamente conectado.


*PS: Importante ressaltar, a filmadora estava sem mídia, fiz o processo participativo/videográfico com a emoção de quem estava captando as melhores imagens, no final ele me confirmou que esqueceu de trazer/comprar.Não me decepcionei, fiquei pensando somente nas belas imagens que registrei e que se eternizarão na minha mente, somente sob minha perspectiva..............

Referências Bibliográficas:

BRITTO, Fabiana Dultra. Paisagens do corpo. In: Corpo e ambiente. Co-determinações em processo. Cadernos PPGAU/FAUFBA, Salvador: EDUFBA, v. 1, 2008.
KATZ, Helena. Um, Dois, Três. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: FID, 2005.
KATZ, Helena; Greiner, Christine. Por uma teoria do corpomídia. In: ______. O corpo: pistas para estudos interdisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005.
MACHADO, Adriana B. O Papel das imagens nos processos de comunicação: ações do corpo, ações no corpo. 2007. Tese (Doutorado) – PUC, São Paulo.
MATURANA R.,Humberto.Cognição, ciência e vida cotidiana.Belo Horizonte:Ed. UFMG, 2001
PRIGOGINE, Ilya.O fim das certezas.Tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.


Autora do Texto:
Iara Cerqueira
Mestranda em Dança,Diretora e Coreógrafa do HIS contemporâneo,Bailarina do Grupo X de Improvisação,Professora do Projeto corpoacorpo/somar e Instrutora de Pilates.

domingo, 25 de outubro de 2009

Corpografando poesias.Estudo 1






Mar a vista

Pela primeira vez

Eu descobri

Você

Quando te vi

Me perdi

Não se vista

Foi um mar a vista

Foi a primeira

Foi amar a primeira vista


Edú Ó.
É dançarino, artista plástico e arteterapeuta

domingo, 30 de agosto de 2009

Construindo , refletindo ou ......................{nada a fazer}


Como descre (ver) um fazer radiográfico sobre experiências que ainda não se consumaram.

WorKshop de Aroldo Fernandes, Largo 2 de Julho/ Salvador-Bahia, agosto de 2009. Eu começo falando de um lugar que naturalmente é muito familiar.Dançarina.Meu olhar reflexivo aponta nuances que no decorrer do processo percebo um outro lugar, o de professora e estudante de mestrado em dança.
Cautelosamente e muito zeloso , Aroldo conduz seus estudos de forma consciente e didática, reforçando seus conhecimentos adquiridos em seu voluntário exílio nos EUA aos já existentes aqui em nossa terra brasilis.Indicações e novas informações vão sendo sugeridas. Esse exercício de informações que tem o corpo como meio, sendo resultado desses cruzamentos e não um lugar em que simplesmente as informações são abrigadas, é nada menos que a teoria corpomídia.Uma teoria inteligentemente desenvolvida por Helena Katz e Christine Greiner (2005) e que se torna um aporte teórico atualmente em discussões sobre corpo.
Não tem como se fazer/escrever dança sem um referencial que nos embase cientificamente, pode-se ver isso claramente em todas as produções que participo.Seja numa simples discussão processual, numa escrita, workshop ou até mesmo como espectadora de Um Alemão chamado Severino de Giltanei Amorim.
Colocando-me somente como espectadora, encontrei em Bauman uma referência para explicar esse tempo acelerado e o espaço comprimido, que pude perceber nessa instalação.Não sou crítica de dança, prefiro fazer um exercício de aproximações, claro que o afeto tem seu lugar nessa minha fala, que como artista não destituo minha responsabilidade de curiosa que me move, mas quero salientar que tanto Aroldo como Giltanei(GIL) são exemplos de estudiosos em que não desenvolvem seus estudos de corpo interlocutados com metáforas e analogias como recurso explicativo, mas como equivalência de interações para promover uma contextualização sobre o que chamo de encontro informativo, em que o corpo é pensado correlacionando-se.
Segundo Fabiana Britto “Cada corpo constrói uma dança própria que no entanto, é relativa ao conjunto de conhecimentos disponibilizados em cada circunstância histórica e aos padrões associativos que o corpo desenvolve para estabelecer as suas correlações com o mundo – outros corpos, outras danças, outros conhecimentos” (2008, p. 30).
Como falar, descrever e se pronunciar sem citar tal referencias que são históricas, familiares e profissionais?Fabiana, Aroldo, Helena, Bauman e tantos outros que apesar de discorrem sobre temas comuns outros tantos diversos, se encontram em um ponto comum chamado corpo.
Esse ano, participo, participei e continuo a participar(minha rotina desde os 10 anos de idade) de vários encontros artísticos. Experiências se encontram nesse estado percepção, como a mini-residência que participei de Marcelo Evelin(2009)) e a apresentação no Gamboa Nova, com o Estudo para carne, água e osso(GrupoHIS).Mas para quem não participou o que tem isso em comum, trata-se de mas um devaneio artístico? NÃO.
Marcelo,Adriana, Fabiana, Aroldo, Bauman,Giltanei e outros tantos , assim como Estudo para carne, água e osso, me contaminaram.Deixaram marcas em meu corpo, assim como o filme A lista de Schindler (não sei se é assim que escreve).Engraçado, só lembrando....... como nós ao citarmos um filme em que alguns não conseguem entender simplesmente dizem que não gostam, assim como em dança. Falta um pouco de silêncio na maioria das pessoas , um espaço tempo de reflexão, de escuta.
Pausar, refletir, analisar, onde se encontram esses momentos?Hoje me lembro de duas ocasiões, quando fiz uma aula com Bill T. Jones, ainda como estudante de dança da UFBa, em que ele não falava praticamente nada, se colocava e nós o acompanhávamos, olhando, percebendo, dando continuidade ao seu pensamento e na aula de mestrado aluna de Ivani Santana, querendo ouvir Antrifo Sanches discorrer sobre o capitulo 1- O Mito da formiga-rainha, em Emergência de Steven Johnson.
Bem, voltando à contaminação que aconteceu comigo pelas trocas informativas que foram geradas durante essas ações artísticas (inclusive nas aulas), vale ressaltar na apresentação de Estudo para carne, água e osso em que chego literalmente a um ponto de sufocamento (citação de Sandra Corradini, em Estudo para Carne, água e osso). Nessa apresentação,meu estado de corpo se deteriora, se desfalece e comprime. Uso metáforas para me exprimir,me comunicar, me fazer entender.Uma tentativa correlacional de investigação compositiva.Antonio Damásio discorre muito bem, sobre essa mudança/processo de estado corporal em seu livro O Erro de Descartes.
Todas as experiências colaborativas, partilhando de um lugar comum, outras nem tanto, são capazes de criar procedimentos em relação caráter experimentalista que permeia essas apresentações que participei.Nas experiências cooperativas, sendo algumas sem espaço delimitado e indicações de início e fim, encontro-me ali, em algum lugar, sozinha talvez, porém não construo, nem experimento sem interagir, mas reflito sobre a real necessidade de pausar, refletir,dividir para construir, exercitando nossa presença sobre múltiplos pontos de vista, ou seja como utilizarmos nossa gama de possibilidades tridimensionais.Um exercício constante.
Parece que o exercício de refletir sobre o que está sendo construído/estudado foi se imbricando em meu corpo, como um trabalho continuado que aprendi como instrução, indicação, tornando-se uno como um diálogo afinado e experiente, sabendo o real momento de interagir como instrumento agenciador de informações na produção de conhecimento sobre dança.

Iara Cerqueira
Bailarina, Professora.Mestranda em Dança pelo PPGDança.Diretora do HIS Contemporâneo, Instrutora de Pilates.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRITTO, Fabiana Dultra. Temporalidade em dança: parâmetros para uma história contemporânea.Belo Horizonte: Fabiana Dultra Britto, 2008.
KATZ, Helena Tania. Um, Dois, Três. A dança é o pensamento do corpo.Belo Horizonte: Fabiana Dultra Britto, 2008.
POPPER, Karl R.O cerébro e o pensamento. Campinas, SP: Papirus, 1992.
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências.São Paulo: Cortez, 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Quel tal um flash mobs?


"... A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas mas não posso explicar a mim mesma..."

Alice no País das Maravilhas


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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dasabafográfico!UMA REALIDADE CONSTANTE/AFLITANTE/DESCONCERTANTE




Carta à comissão julgadora dos editais culturais,



Esse negócio de Justificativa em projeto é complicado, viu? Cada um vai escrever maravilhas do porque você escolher o seu projeto e não o meu, por exemplo. Eu também poderia fazer a mesma coisa, mas não sei como tentar te convencer a bancar o meu projeto, sem parecer apelativo e sem cair no discurso convencional que permeia os projetos que contemplam pessoas com deficiência? Eu não saberei convencê-lo. Esse discurso eu não saberia fazer, mas é isso é o que você gostaria de ler? Se eu não colocar isso você entenderia? Como você receberia uma coisa que diz tanto de mim? Que me é tão importante? Que penso ser algo interessante ao outro também?

Cheguei aqui na Justificativa e travei. Travei para tudo! Não consegui nem mais escrever as cenas que estavam idealizadas. O meu subjetivou evaporou quando tive que objetivá-lo. Entrei em crise.

Pensei em falar que é importante patrocinar um projeto ousado, onde uma pessoa que tem um corpo excluído de todas as formas de mídia e esquecido pele senso comum quer expô-lo em praça pública e afirmar que tem muito mais gente interessada em seu corpo do que pensa a média da população.

Mas importante, importante mesmo não é matar a fome, dar educação, comida e condições dignas de vida? Então, minha justificativa vai por água abaixo e eu morro de vergonha. Por outro lado, eu posso te conquistar dizendo que é através dos meus projetos e obras que eu ganho a vida, que eu posso tentar uma vida confortável e ter um trocado para comer. Isso justificaria?

Ou então poderia partir para o discurso da acessibilidade que o próprio governo e MINC vem alardeando, confirmar o interesse crescente da população em projetos com abordagem similar, registrar minha participação em eventos relevantes da arte contemporânea mas como convencer a quem vai ler de que o meu projeto tem valor? Estas pessoas não conhecem meus trabalhos desenvolvidos, nem se interessam muito em ver o que fazemos, todos já tem seus grupos de preferência e o novo tanto faz. Devem ter em mente alguma cena do Criança Esperança, de resultados positivos, demonstrados no pátio da instituição ao som de “você é meu amigo de fé, meu irmão camarada”.

Estou desesperado, por favor, me diga o que poderia falar aqui para justificar ganhar este edital. O tempo é curto, preciso ainda fazer cotação orçamentária, imprimir, pegar documentos dos parceiros, enfim, uma trabalheira danada, mas você poderia me poupar disso tudo se dissesse que meus argumentos te fariam ler com atenção o meu projeto ou não.

AUTOR:EDÚ Ó.
Diretor e bailarino do GRUPO X DE IMPROVISAÇÃO EM DANÇA.Artista plástico e arteterapeuta. Em suas madrugadas costumava escrever textos e por esse motivo resolveu publica-los no espaço http://monologosnamadrugada.blogspot.com/.

domingo, 9 de agosto de 2009

Reflexões CORPOGráficas-Pensando em como ser um cisne



Depois de ouvir Denise stutz falar em não representar me veio à cabeça como deixar um estado verdadeiro ser também performático sem que ele seja usado como uma forma que eu queira mostrar e que não diz nada.
Esses dias em casa experiênciei o que acredito que deveria ser o estado sentido e existido dentro do processo do Cisneys, (pelo o menos para mim) mas há ainda uma barreira que não é mais sutil, mas sim bem reconhecida, acredito meio que receosa de concordar que devemos ou devo isso ao medo de revelar o que realmente somos, infelizes, mentirosos, incapazes, frustrados enfim o que só revelamos a nós mesmos.
Pois é, voltando ao que experiênciei em minha home, me encontrei em vários momentos com lágrimas escorrendo em meu rosto, mas era só eu, apenas eu deitada em meu quarto, de imediato tentei reconhecer algum cisne ali naquela vibe, pensei então na Bebel, em tudo o que foi falado, de como apenas estar disponível e verdadeiro, e de como apenas deixar as coisas acontecerem, penso então que isso é um exercício fundamental no ser artista, nada de discurso intelectual, cabeção ou choro forçado, e sim apenas deixar que nosso real estado quanto seres humanos seja mais forte que qualquer faísca de mentira, ou de ego inrustido.
Então ontem depois do ensaio do cisneys em plena noite, após uma série de porrada, e um dia inteiro de correria ficou meio que impossível apenas representar, o corpo estava realmente nesse estado de entrega e vejo um caminho que reconhecemos em nós, pela manhã, pela tarde, pela noite, pela madrugada e que não é um corpo arrasado, mas um corpo que sente a cada segundo interferências que provocam a necessidade de chorar.
“Chorar faz bem pra alma”

texto criado durante meu ócio criativo enquanto trabalhava na bilheteria do mediatriz

Autora:Wilena Weronez
Núcleo de Criação do Dirceu/PI

sábado, 8 de agosto de 2009

Hoje acordei, mas onde estou mesmo?





Esse subtítulo faz parte de um processo de pesquisa sobre a plasticidade do corpo.O corpo tão discutido, erotizado e lucrativo na mídia, está novamente fazendo parte dessa discussão.
O Projeto Parece espuma, propõe trazer a idéia de caminho, continuação e seguimento.Se referindo a capacidade plástica de adequação que o corpo se insere nos diversos ambientes em que se relaciona.

Tem como referencial teórico, Zygmunt Bauman em seu livro Amor Líquido.Ele cita sobre os relacionamentos em 'redes', que podem ser tecidas ou desmanchadas com muita facilidade sem que isso envolva nenhum contato além do virtual ,fazendo com que não saibamos mais manter laços a longo prazo.

Essa fugacidade de relacionamentos,recorre a analogia de espuma, em que o corpo/espuma vai percorrendo um caminho e até determinado momento esse caminho vai se definindo, permanecendo certo período de tempo até se desmanchar, e assim, como a sociedade, o corpo vai percorrendo um espaço/tempo, mas não se fixa em nada.

Segundo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido, com relações cada vez mais 'flexíveis', gerando níveis de insegurança sempre maiores.

Nesse projeto o corpo vai ser pensado como configurações de estados corporais.Estado Corporal é aqui compreendido como um conjunto de sucessivas operações e alterações da paisagem corporal, produzidas pelo constante diálogo e permeabilidade entre corpo e ambiente

Intérpretes/Colaboradores:
Iara Cerqueira
Sandra Corradini
Jorge Santos

sábado, 1 de agosto de 2009

Possibilidades gráficas- Um estudo autobiográfico





HOJE OLHANDO O BLOG DE UMA PESSOA QUERIDA/HUMANA ANTES DE TUDO, FIQUEI IMPRESSIONADA EM QUANTOS(MUITOS) PENSAMENTOS COMPARTILHÁVAMOS JUNTOS NESSE PERCURSO ACADÊMICO.
NESSE MEU CAMINHO QUE PARECE DIFÍCIL DE CAMINHAR, APARECEM ALGUMAS FADAS DENTRE ELAS MÁRCIA, QUE ESCREVE ESSE TEXTO/DESABAFO QUE FAÇO QUESTÃO DE COMPARTILHAR!



MARCIA MIGNAC

- Fui compradora compulsiva de livros. Comprei todos de Richard Dawkins e quase todos que o PPGDANÇA indicava.
-Alguns dos livros que comprei nunca os li. Encontram-se agora no guarda-móveis de Campinas à espera da mudança e possibilidade de serem lidos.
- Sonhava muito mais com uma máquina copiadora para tirar tantas xérox que desejasse do que com uma roupicha nova.
- Descobri que colocava as vírgulas no lugar errado.
- Desenvolvi um sistema caótico de anotação e fichamento que SOMENTE eu entendo. Porém eficiente por demais!
- Rabisquei e destaquei(usei caneta pilot) em vários dos trechos dos meus livros de Foucault, Pélbart e Katz. Ohhh arrependimento! Foi a emoção do encontro com as palavras!!
- Muitas vezes me perguntei: o que estou fazendo aqui? Por que não fiquei com minha casinha no campo, meus livros e nada mais?
-Em outros momentos repetia: não sei viver sem a academia. Eu só quero chocolate e a vida acadêmica. Viva Lakoff e Katz!
-Me desesperei várias vezes pela dificuldade de acesso imediato ao entendimento de inconsciente cognitivo/Lakoff . Mas fiz cara de entendida!!!
- Fiz “bico” para Foucault, Agamben, Zizek, Lakoff, Katz, Vieira, Boaventura, Pelbart, Buttler, Ranciére, entre muitos outros, para depois me tornar uma fiel seguidora deles.
- Em algumas discussões teóricas (no período de alunas especial/2006), tinha a sensação que meus colegas tinham fumado uma “maconha mal fumada”, pois era muita “viagem” para o meu corpinho 100% livre de Lakoff & Jonhson, Dawkins e Pinker. (Não estou com isso querendo dizer que meus companheiros de turma fazem uso de drogas. É apenas uma metáfora!)
- Me peguei várias vezes com cara de boba (em êxtase total) ouvindo as falas de Helena Katz.
- Engordei 6 kilos e desenvolvi uma gastrite.
- Após ter entrado no mestrado, desejei ardentemente desenvolver outro projeto de pesquisa, totalmente distinto do inicial. Algo que agrega-se minha outra profissão – Veterinária - com a Dança. Achei que poderia ser etóloga, evolucionista e dançarina. Acho que em 2 anos poderia ter desenvolvido pelo menos 3 projetos diferentes.
- Sem a vivência das disciplinas do mestrado, participação nos grupos de discussão/eventos, indicações teóricas, orientações... não seria possível fazer as conexões que fiz.
- Nunca me confessei, apesar de ter estudado em um Colégio Nossa Senhora da Conceição.

OBS: Ahhh... que tal você também compartilhar suas confissões!!!

Marcia Mignac é Licenciada em Dança, Mestre em Dança e Doutoranda do Programa de Comunicação em Semiótica da PUC-SP.

domingo, 26 de julho de 2009

Sobre Itens!





Querido Marcelo e companheiros do residir!

Olhe, de tantas entranças e passagens, a gente fica tentando se virar para conectar. Mesmo querendo, o desejo já não basta, porque a quantidade, não só do que está, mas também do que emerge, produz concorrências, inclusive fora da percepção, para podermos nos conectar.

Mas agora me conecto!

Diante dessas palavras, acima, vejo que seu trabalho aqui, Marcelo, nessa mini-residência, não foi apenas um trabalho artístico (numa restrição disciplinar do conhecimento e das ações). Apresentou-se também enquanto um trabalho filosófico e ético. Pensar sobre nós mesmos, enquanto imersos na cultura e ao mesmo tempo, como criadores da mesma, enquanto pessoas, é de alguma forma ampliar a possibilidade da Percepção. Afinal, para perceber, nessas condições, precisamos desempenhar no mínimo duas posições no espaço (isso contraria algum lei física?).

Um ponto que é o de sujeito da própria experiência. Nesse, ao mesmo tempo nos sujeitamos às condições legalizadas por qualquer contexto de imersão e ação (força da gravidade, linguagem, entre outros), e ao mesmo tempo desejamos, ou seja, exprimimos e imprimimos força no contexto, provocando-o e configurando-o também. Já o outro ponto, implica na capacidade de sermos observadores da própria experiência. Veja bem, um exercício precioso, o qual garante a nós, a possibilidade de não apenas rolarmos no fluxo do experimentar, mas também perceber essa experimentação e os modos nos quais essa realidade pessoal e subjetiva se apraz e se configura. É dessa e essa capacidade, de observar a própria experiência que resulta o instrumento/habilidade de auto-crítica, auto-reflexão, auto-análise.

O grande, bem como os simples exercícios de percepção os quais nos foram postos, além de lidarem com essas condições pessoais, ainda o faziam em direção à construção de um discurso cultural, político e, por assim ser, também estético, da importância do PESSOAL na CULTURA desse nosso aqui-agora em primeira pessoa. O que se alinha com nossos prazeres e gravidades é que esse pessoal, por ti trazido e por nós, construídos, na mini-residência, reformula a noção indivualista produzida pela modernidade (renascimento/antropocentrismo, revolução industrial/propriedade privada, vogue world/fama). Destitui-se o valor do pessoal como auto-afirmação identitária e, enquanto, oposição a um outro (pessoa, sociedade, natureza, mundo...).

Nasce daí, mas um importantíssimo exercício humano, necessário aos dias atuais, que é a noção de um pessoal compartilhável. Em direção a uma Cultura do Compartilhamento, a exposição do Pessoal pode não apenas ser concebida, mas desejada, pois é nessa exposição que se abrem os canais de compartilhamento. Tais canais, revelam que na experiência singular, ligações podem ser feitas, resvalando numa epistemologia do ser, não mais isolada - na essência de cada um - ainda que respeitando a experiência particular.

É daí, como dito, proposto e provocado por você, nos exercícios criativos e nos resultados artísticos da intervenção, que chegamos à noção de que as lutas de nosso tempo, por mais que ainda possam ser configuradas nas dicotomias (tecnologia/natureza, desevolvido/emergente, pobre/rico, negro/branco, entre outras), já apresentam-se no macro tão misturadas, que são, assim, muito mais lutas pessoais - de si, consigo mesmo (valores, preconceitos, incompetências, desejos, expectativas, etc.).

Tais lutas ali reveladas e construídas, falam de um lugar próprio, ou de um auto-lugar, que se desloca no fluxo de ser e estar. Somos/estamos a cada momento/lugar. Sendo/estando, no exercício de viver a experiência e se perceber nela, podemos, ao mesmo tempo, empoderarmos e falirmos, dignamente, diante de tantos fluxos de possibilidades, considerando, para tal, não mais os modelos, cânones culturais, nem a auto-refência, o egocentrismo, o hedonismo - mas sim a auto-crítica, a auto-análise como um duto, ao mesmo tempo do conhecido e do devir.

Se ser/estar sujeito/pessoa, não é algo isolado e sim compartilhado, o exercício da auto-crítica e auto-análise implica numa revisão local que convoca o si mesmo, de maneira centrífuga. Pois ao mesmo tempo que se considera, considera os outros, o "ao redor", pois se entende como um dentro altamente contaminado de foras, um dentro sem muros, sem barreiras, permeável, múltiplo, ou seja, uns dentros-foras.

Ao considerarmos essa realidade algo experienciável e experienciado (não apenas a beleza da retórica), lidamos com questões de ordem prática trazidas pelos seus adesivos: Ítem de primeira necessidade.

Diante da múltiplicidade, autonomia então, parece muito menos um exercício de ter voz e lugar no mundo (como fora para proletários, negros, feministas, gays, entre outros; e ainda o é lido assim), tornando-se muito mais um exercício de escolha. Escolher entendendo tanto a direção do próprio desejo e satisfação, quanto o quão esse desejo e satisfação, tão pessoal e aparentemente interno, está vinculado ao outro (pessoa, sociedade, meio-ambiente, etc.), não só como objeto, mas também como ressonâncias de feedback.

Recebendo e encarando essa luta pessoal, revelada e construida enquanto uma verdade (com v minúsculo) de ser/estar, elaborando-me nas atualizações auto-reflexivas e auto-críticas compartilhadas, vamos nos refazendo-me, com vistas nesses nossos/meus ítens de primeira necessidade.

Você me tocou, tocou-se, tocou-nos, os tocou, o tocamos, o toquei, nos tocamos a nós.

Mando em anexo o desenho, resultado afetivo, proveniente de impressões no corpo de Luiz, ao ver a intervenção no Corredor da Vitória.

Espero poder fazer outros encontros em outros trajetos. ;)

Duto Santana- Bailarino e pesquisador
Mestre em Dança, PPGDANÇA.
Especialização em Estudos Contemporâneos em dança, UFBA.
Professor da Escola de Dança da FUNCEB/BAHIA.
Desenho- Luis Cláudio Motta

quinta-feira, 11 de junho de 2009

6 de Junho de 2009. Interacao e conectividade proposto pelo Dimenti. Humor-Corpo-Politica.



As 10 da manha 17 corpos foram deixados no Corredor da Vitoria, nas calcadas, meio-fios, no asfalto, em portas de lojas, bancas de jornal, hoteis de luxo, no cruzamento, na porta das mansões.

Foram dois sets de 9 e 8 interpretes ocupando todo o percurso e modificando a manha daquele corredor de Salvador, cidade que parece ter inventado o corredor no Carnaval, corredor de gente, passagem estreita, conectividade pensada em termos mais abrangentes.

Em contradicao ao espetaculo tradicional de sala, onde toda a acao e atencao esta voltada para o palco e o interprete, aqui o espectador desprevenido ganha o foco, passa a ser o agente da acao, o desdobrador do conteudo, reafirmando a acao do corpo.

A ideia de exposicao, fragilidade e abandono do interprete parece se instalar no corpo e deixar ver ao mesmo tempo a forca, o resistir, o se posicionar, a tal latencia da qual tanto falam os filosofos.

Corpos que lutam em suas lutas silenciosas, veladas, lutas que escapam ao controle ou ao querer, lutas que sao travadas no, com e pelo corpo.

O relevo se amplia e se abstrai.
Corpos entre Significacao e Sentido.
A manha corre, o movimento solto,
nas idas e vindas a lugar nenhum.

Uma mulher foi deixada na porta de um hotel de luxo. Com um vestido de papel de embrulho.

Um homem se bate contra a parede em movimentos circulares com uma mochila nas costas.
Os vizinhos se preocupam, um vigilante observa, um carro para e chama a policia.

Um homem negro de corpo escultural "corre no lugar" na frente do Museu de Arte da Bahia.
Uma hora de insistencia numa corrida que nao sai do lugar, a obra nao escapa ao Museu.
No final pousa na enorme porta de madeira entalhada a mao e o corpo lavado de suor.

Um homem mexe as maos convulsivamente frente a um tapume de construcao.
Faz suar o corpo para imprimi-lo na madeira negra.

Um homem foi esquecido na frente de um predio chic, do lado de uma delicatesse.
Alguem quer levar pra casa?

Uma mulher penteia os cabelos do corpo na frente de um salao de beleza.
Bem Bonita.
Lhe oferecem uma escova, quem sabe ate uma escova inteligente.

Uma mulher e' esquecida ajoelhada de branco na frente de uma igreja branca.
Vestida de papel de seda, tremula.

Uma mulher sopra baloes verde e amarelo em um cruzamento, entre o Macdonald's e um Posto Shell.
Prende a respiracao, rodopia e cai.

Um homem move vagarosamente as pernas e bracos sem nunca deixa-los tocar o chao. Esta deitado no asfalto, proximo ao transito de carros, com uma fralda de papel de seda branco.
Sua forca abdominal foi elogiada por um guardador de carro vestido em uma camiseta que dizia "quem e' feliz malha!".





MARCELO EVELIN PI/HO

domingo, 7 de junho de 2009

SekitamenteLeticiando :)Oficina com Leticia Sekito




Qual a sensação em que cada parte se o corpo se parece único?
Olho,olheira,cílios, sombrancelhas, meia boca, meio nariz, meio olho, membros inferiores,costas,pés, respiração pelos pés.
Olhei para Mariana, não senti falta de sua outra parte!!!!!!!!!Como pode.......mas ela tem 2 olhos, uma boca, uma cabeça?
Não precisa, naquele momento somente uma parte compõe esse todo e me basta,para mim compõe todo o resto, não sinto falta.Somos diferentes.
Sem cabeça.Sem pernas.Sem nariz,boca,orelhas..............
Nao vejo mais necessidade dessa parte do corpo, viram fantasmas.
A voz mansa delega ações que compartilham com outras vozes, até o cisco da sala se ouve.
Qual é o movimento que mais gosto de fazer mesmo?
Acocorar?
AH!Ficar de cabeça para baixo!Achei agora!
E o que menos gosto e que gostaria de fazer cantar........

OFICINAÇÃOEXPERIMENTAESTERNOITENS COM MARCELO EVELIN







Ficam as frases:
CORPO ESQUECIDO
CORPO CERA
CORPO ADORMECIDO
CORPO MORTO
CORPO DORMENTE
CORPO SOLITÁRIO
CORPO VERME
CORPO MUSEU
CORPO MÚMIA
MEU CORPO ESTÁ SEM CORPO/MINHA NECESSIDADE É ENCONTRAR UM LUGAR/QUAL É O MEU LUGAR NESSE LUGAR?
A quem interessar possa, procuro um endereço para me comunicar.

AÇOES RECONFIGURATIVAS COMPOSITIVAS METAFÓRICAS EXPERIMENTAIS


















Após uma semana de participação em oficinas com Leticia Sekito e Marcelo Evelin, meu corpo está aqui aberto, disponível com vontade de beber mais dessa fonte inesgotável de descobertas/ações que geram um casamento de idéias, depois de dias de convivência:

Um corpo prazeirosamente esgarçado!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Configur(ações) - H I S
















O HIS-Contemporâneo está completando 11 anos em 2009. Nesse longo percurso, inúmeras pessoas fizeram o HIS.Dentre elas pessoas que estão em nosso coração e nunca mais sairão.............Outras que não fizeram parte diretamente mas, indiretamente.Na verdade fazer parte faz diferença sim, caminhou, sofreu, chorou,berrou,gritou......bem dramático como o HIS(rsrsrsr).
Seguem alguns nomes:AroldoFernandesIaraCerqueiraAndréBomfin
RivaldoRioVeraMilliotiIsabelGouveiaAristidesAlves
HelenaMathias
ZunkRicardoFagundesAndersonRodrigoMateusRocha
MartinaBarreto
JorgeAlencarJorgeHenriqueSamaraMartinsEllenMelloRinoCarvalho
SheilaCabral
AliceRamosJorgeSilvaEduÓArydaMattaDomicianoSantos
KênyaSampaio
AparecidaLinharesAyrsonHeráclitoBráulioBarral
TamakyYonekura
JoãoBatistaLiriaMoraysChefinhoSantosAliceLinhares
TaisAndréa
JorgeAlbertoZuarteJr.DéoCarvalhoFernandaPaquelet
InácioTeixeira
ThiagoEnoqueFernandaRaquelLauraFranco
AnaPiLudmillaSantana
KikaTocchettoSandraCorradini
JoubertArraisJorgeSantosDouglasGibran