domingo, 9 de agosto de 2009

Reflexões CORPOGráficas-Pensando em como ser um cisne



Depois de ouvir Denise stutz falar em não representar me veio à cabeça como deixar um estado verdadeiro ser também performático sem que ele seja usado como uma forma que eu queira mostrar e que não diz nada.
Esses dias em casa experiênciei o que acredito que deveria ser o estado sentido e existido dentro do processo do Cisneys, (pelo o menos para mim) mas há ainda uma barreira que não é mais sutil, mas sim bem reconhecida, acredito meio que receosa de concordar que devemos ou devo isso ao medo de revelar o que realmente somos, infelizes, mentirosos, incapazes, frustrados enfim o que só revelamos a nós mesmos.
Pois é, voltando ao que experiênciei em minha home, me encontrei em vários momentos com lágrimas escorrendo em meu rosto, mas era só eu, apenas eu deitada em meu quarto, de imediato tentei reconhecer algum cisne ali naquela vibe, pensei então na Bebel, em tudo o que foi falado, de como apenas estar disponível e verdadeiro, e de como apenas deixar as coisas acontecerem, penso então que isso é um exercício fundamental no ser artista, nada de discurso intelectual, cabeção ou choro forçado, e sim apenas deixar que nosso real estado quanto seres humanos seja mais forte que qualquer faísca de mentira, ou de ego inrustido.
Então ontem depois do ensaio do cisneys em plena noite, após uma série de porrada, e um dia inteiro de correria ficou meio que impossível apenas representar, o corpo estava realmente nesse estado de entrega e vejo um caminho que reconhecemos em nós, pela manhã, pela tarde, pela noite, pela madrugada e que não é um corpo arrasado, mas um corpo que sente a cada segundo interferências que provocam a necessidade de chorar.
“Chorar faz bem pra alma”

texto criado durante meu ócio criativo enquanto trabalhava na bilheteria do mediatriz

Autora:Wilena Weronez
Núcleo de Criação do Dirceu/PI

Nenhum comentário:

Postar um comentário